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Claudio
Vindo de uma familia rica, estudou no Colégio dos Jesuitas no Rio de Janeiro e em 1753 formou-se em Direito pela Universidade de Coimbra.Foi Jurista e primeiro poeta do movimento árcade brasileiro (movimento inspirado pelo pensamento iluminista do século XVIII), nasceu em "Ribeirão do Carmo" onde hoje chamamos Mariana, iniciou a carreira literária

com a publicação do livro "Obras Poéticas"(livro que marca o inicio do arcadismo no Brasil) em 1768 (inicio do arcadismo arcadismo no Brasil), escrevia poesias líricas e épicas. As poesias líricas retratavam a desilusão amorosa e as épicas as descobertas das minas, na saga dos bandeirantes e nas revoltas locais. Sua obra tambem apresenta características barrocas e por isso é considerado um poeta de transição entre o barroco e o arcadismo. Escreveu o poema épico Vila Rica, que exalta os bandeirntes, fundando a cidade de mesmo nome. (livro completo: poema + carta dedicatória aqui )

Secretário de governo e advogado dos principais negociantes, acumulou fortunas, era admirado até em Portugal. Promovia saraus em que em que os inconfidentesTomás Antônio Gonzaga e Alvarenga Peixoto, que eram seus amigos participavam.Tornou-se conhecido também por sua participação na Inconfidência Mineira, foi preso e dois dias após sua prisão morreu. Na tarde do dia que foi preso, são assassinados sua filha, o genro e outros familiares, alguns escravos e roubados todos os seus bens. Sua morte foi informada em Lisboa, e segundo historiadores, a morte de Tiradentes nao causaria estranhesa, mas a de Manuel da Costa e sua familia causaria embaraços, por isso a farça de suicídio teria sido montada.

Dez dias depois de sua morte a Bastilha em Paris foi tomada, trinta anos depois o Brasil se viu livre de Portugal, e a República foi implantada cem anos depois.

Júlia Maria


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SOBRE SUA MORTE:

Muito se discute sobre a morte do poeta: assassinato ou suicídio? Sua morte é cercada de detalhes desconhecidos que, mesmo duzentos anos depois, é assunto polêmico com bons argumentos para a tese do suicídio ou para a de assassinato.

Os que acreditam que foi cometido o suicídio baseiam-se na teoria de que Cláudio Manuel estava bem triste e havia, portanto, cometido se matado. Isto está estampado em seu próprio depoimento. Além disso seu padre confessor havia confirmado seu estado depressivo.

Os defensores da tese do assassinato contestam contestam a autenticidade do depoimento e baseiam-se num argumento principal: o laudo pericial que concluiu-se pelo suicídio. Pelo laudo o poeta teria se enforcado usando os cadarços do calção amarrados numa prateleira, contra a qual ele teria apertado o laço forçando com um braço e um joelho. Muitos acreditam ser impossível alguem conseguir se enforcar em tais circunstâncias.

Há ainda quem acredite que o próprio governador, Visconde de Barbacena, estava envolvido no assassinato. Segundo teóricos, Cláudio Manuel teria sido eliminado por saber informações a respeito do visconde e estava disposto a revelar isso. Jarbas Sertório de Caravalho, em seu artigo publicado na Revista do instituto histórico e Geográfico de São Paulo, defende a tese do assassinato.


Mais sobre Cláudio Manuel da Costa:


Cláudio Manuel da Costa ja foi representado por Emiliano Queiroz no filme Tiradentes de 1999 dirigido e produzido por Oswaldo Caldeira, Fernando torres no filme Os inconfidentes de 1972 dirigo por Joaquim Pedro de Andrade e por Carlos vereza no filme Aleijadinho - Paixão, Glória e Suplício dirigido por Geraldo Santos Pereira.


Algumas obras de Cláudio Manoel da Costa:


  • Culto Métrico, 1749.
  • Munúsculo Métrico,1751.
  • Epicédio, 1753.
  • Obras (sonetos, epicédios, romances, éclogas, epístolas, liras), 1768.
  • O Parnaso Obsequioso, 1768
  • Vila Rica, 1773.
Arcadismo-no-brasil

Culto Métrico - arcadismo no Brasil

  • Poesias Manuscritas, 1779.
  • Labirinto de Amor, 1753
  • Números Harmônicos Temperados em Heroica e Lírica 1753
  • Ressonância, poesia, 1753
  • Obras Poéticas, poesia, 1768
  • Vila Rica, poesia, 1839






Poemas de Claúdio Manuel da Costa

Primeira parte de seu poema Sonetos. O poema é composto por 85 estrofes e indica a uma forte tradição classica, com versos decassílabos e o esquema de rimas é regular.

SONETOS

I

Para cantar de amor tenros cuidados,
Tomo entre vós, ó montes, o instrumento;
Ouvi pois o meu fúnebre lamento;
Se é, que de compaixão sois animados:

Já vós vistes, que aos ecos magoados
Do trácio Orfeu parava o mesmo vento;Da lira de Anfião ao doce acento
Se viram os rochedos abalados.

Bem sei, que de outros gênios o Destino,
Para cingir de Apolo a verde rama,
Lhes influiu na lira estro divino:

O canto, pois, que a minha voz derrama,
Porque ao menos o entoa um peregrino,
Se faz digno entre vós também de fama.

Cláudio Manuel da Costa

Romances

L I S E
ROMANCE I
Pescadores do Mondego,
Que girais por essa praia,
Se vós enganais o peixe,
Também Lise vos engana.
Vós ambos sois pescadores;
Mas com diferença tanta,
Vós ao peixe armais com redes,
Ela co'olhos vos arma.
Vós rompeis o mar undoso:
Para assegurar a caça;
Ela aqui no porto espera,
Para lograr a filada.
Vós dissimulais o enredo,
Fingindo no anzol a traça;
Ela vos expõe patentes
As redes, com que vos mata.
Vós perdeis a noite, e dia
Em contínua vigilância;
Ela em um só breve instante
Consegue a presa mais alta.
Guardai-vos, pois, pescadores,
Dos olhos dessa tirana;
Que para troféus de Lise
Despojos de Alcemo bastam.
Enquanto as ondas ligeiras
Desta corrente tão clara
Inundarem mansamente
Estes álamos, que banham;
Eu espero, que a memória
O conserve nestas águas,
Por padrão dos desenganos,
Por triunfo de uma ingrata.
E na frondosa ribeira
Deste rio, triste a alma
Girará sempre avisando,
Quem lhe soube ser tão falsa.

Cláudio Manuel da Costa


Análise[]

A maioria das obras de Cláudio caracteriza um soneto alexandrino (com doze sílabas por estrofe), com duas estrofes de quatro versos e duas estrofes com três versos e a última estrofe fecha "com chave de ouro" o poema.


Alceste

Personagem fundamental e fonte de inspiração do poeta Tomás de Antônio Gonzaga (ao lado de Marília) no livro Marília de Dirceu, Alceste é o pseudônimo do poeta mineiro Cláudio Manoel da Costa. Nota-se no livro que, além da amizade que unia estes dois poetas, Cláudio M. da Costa é muitas vezes admirado pelo autor, por sua técnica e experiência.Como, por exemplo, nos trechos:

Lira I (parte 1)

"Com tal destreza toco a sanfoninha eta cuzao kk

que inveja me tem o próprio Alceste"

Cmc

Onde Gonzaga manisfeta o orgulho de ser admirado por Cláudio.


Lira 12 (parte 2)

"Quando passar pela rua

o meu companheiro honrado

sem que me vejas com ele

caminhar emparelhado,

tu dirás: Não foi tirana

somente comigo a sorte;

também cortou desumana

a mais fiel união"

Trecho no qual,é notável o estreito laço de amizade entre os poetas,uma amizade fiel onde ambos se admiram.

(Felipe F. Teixeira107)



Sofria influências de quinhentistas lusitanos, como expressadamente Camões:

Transforma-se o amador na cousa amada,

Por virtude do muito imaginar;

Não tenho logo mais que desejar,

Pois em mim tenho a parte desejada.

                                                      Camões,séc XVI


Faz a imaginação de um bem amado,

Que nele se transforme o peito amante;

Daqui vem,que a minha alma delirante

Se não distingue já do meu cuidado.

                                                Cláudio Manuel,séc XVII

os dois poemas, apresentam mesma idéia , de o amador se transformar no ser/peito amado, porém , no de Cláudio , o eu lírico não se contenta.

Ellen Carolina M, 101



Estes os olhos são da minha amada


Estes os olhos são da minha amada;

Que belos, que gentis, e que formosos!

Não são para os mortais tão preciosos

os doces frutos da estação dourada.


Por eles a alegria derramada,

tornam-se os campos de prazer gostosos;

Em zéfiros, e mimosos

toda esta região se vê banhada.


Vinde, olhos belos, vinde; e enfim trazendo

do rosto de meu bem as prendas belas

dai alívio ao mal que estou gemendo:


mas ah! Delírio meu, que me atropelas!

Os olhos que eu cuidei que estava vendo

eram (quem creira tal!) duas estrelas.


Cláudio Manuel da Costa


Após ler, observamos que se trata de uma poesia lírica, já que tem como reflexão central o amor. O sentimento contamina a paisagem, pois em todas as estrofes é notável a presença marcante da natureza.

Na poesia, os olhos da amada são descritos como tão belos, que são eles o motivo da alegria e do alívio para o eu lírico, mas então, a última estrofe é marcada por uma desilusão, já que o amador percebe que não se trata dos olhos que tanta ama, mas sim de estrelas. Neste momento, notamos mais uma vez como os olhos de sua amada são comparados á beleza de aspectos naturais mais belos.

Estrutura: Vemos que a poesia possui a estrutura perfeita de soneto, pois é composta por dois tercetos e dois quartetos.


Alessandra Moreira - Turma 101



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