Sabemos que o desemprego ainda está muito presente nas várias cidades brasileiras. Já ouvimos diversas reportagens sobre isso, se nos lembrarmos, vemos que dentre as principais causas, temos:
- Pouca qualificação do trabalhador;
- Crises econômicas;
- Substituição da mão de obra humana por máquinas;
- Custo alto para a contratação de funcionários com carteira assinada.
Observando mais especificamente em nossa região, segundo dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego na Região Metropolitana de Belo Horizonte, PED-RMBH, a taxa de desemprego total em dezembro de 2013 era de 6,7% da População Economicamente Ativa (PEA), porém em fevereiro de 2014 foi registrado um crescimento dessa taxa, passando a ser de 7,7%, o que indica que ouve uma queda no número de pessoas empregadas entre a População Economicamente Ativa. A taxa de desemprego aberto, isto é, o número de pessoas que procuram trabalho de maneira efetiva nos trinta dias anteriores ao da entrevista e não exerceram nenhum tipo de atividade nos últimos sete dias, apresentou o mesmo comportamento, ao passar de 6,0% para 7,0%.
Agora sobre o período entre Fevereiro de 2013 e Fevereiro de 2014, houve um aumento de cerca de 39 mil pessoas desempregadas, como resultado da redução do
número de ocupações,
aproximadamente seis mil, e da nova população inserida no mercado de trabalho na RMBH, aproximadamente 33 mil. Porém, na capital a taxa do desemprego total passou de 5,2% para 7,0% no período em análise, enquanto a mesma diminuiu nos demais municípios da RMBH ao passar de 7,7% para 7,0%. Assim, o que contribuiu para o aumento da taxa de desemprego total no período descrito na RMBH foi o aumento deste desemprego total na capital, e não nas demais cidades da RMBH.
Segundo pesquisa divulgada pelo IBGE em 2012, se olharmos nos desempregados, um a um, conseguimos traçar um perfil entre eles, que influencia no fato de estarem desempregados.Formada por jovens entre 18 e 24 anos, do sexo feminino (59%), pretos ou pardos (57,6%), com baixa escolaridade (apenas 53,6% completaram o ensino médio) e sem experiência de trabalho, essas características se repetem cada vez mais entre os vários desempregados.
Observando isso, é preciso que o governo, mais especificamente a PBH comecem a investir em trabalhos de inclusão, oferecendo trabalho ou estimulando-o aos desempregados, além de investir pesado também na educação brasileira e no aumento das vagas de estágios e trabalhos em diversas áreas para jovens aprendizes, o que reduziria também os déficts de educação e falta de experiência.
Por fim, após ter analisado todos os fatos, devemos nos lembrar que o desemprego não é apenas uma questão, e sim, um reflexo de várias outros problemas. A falta de educação de qualidade, a exclusão social, falta de empregos decentes e pouco incentivo por parte do governo são alguns desses problemas, que ao gerarem uma taxa cada vez maior de desempregados, acaba refletindo em problemas em outros setores. É claro então para todos, que a mudança e melhora nesse sentido, melhora e resolve vários outros problemas.
Abaixo, reportagem sobre a taxa anual de desemprego na RMBH em 2013:
Taxa anual de desemprego na RMBH foi de 6,9% em 2013[]
Otimismo em relação ao mercado de trabalho nos anos anteriores impulsionou a busca por novas ocupações nos últimos 12 meses
A taxa de desemprego na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) no ano de 2013 rompeu a trajetória de declínio, iniciada em 2009, e passou dos 5,1% registrados em 2012 para 6,9%. O incremento se deve ao crescimento de 4,5% (106 mil pessoas) da População Economicamente Ativo (PEA), que não foi acompanhado pelo aumento do nível de ocupação (2,5% ou 56 mil). No período, o total de desempregados foi estimado em 171 mil pessoas e o de ocupados, 2.303 mil.
Os dados são parte da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED-RMBH), divulgada na manhã desta quarta-feira (29) pela Fundação João Pinheiro (FJP), Secretaria de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social (Sedese), Dieese e Fundação Seade.
Segundo Gabrielle Selani, coordenadora técnica da pesquisa pelo Dieese, no ano passado a RMBH manteve a geração de ocupações (2,5%), mas o ritmo de crescimento não foi suficiente para acompanhar a entrada de pessoas no mercado (4,5%).
“Levantamos a hipótese de que os bons resultados alcançados pelo mercado de trabalho nos últimos anos tenham incentivado as pessoas a se inserirem na força produtiva. Por isso, apesar da criação de ocupações houve crescimento da taxa de desemprego”, observou.
2012 X 2013
Comparando os anos de 2012 e 2013 o desemprego aberto aumentou de 4,7% para 6,2% e o desemprego oculto subiu de 0,4% para 0,7%. Considera-se desemprego oculto aquele em que a pessoa realiza algum trabalho precário e está à procura de uma nova colocação, ou aquele que procurou efetivamente nos 12 meses anteriores, mas deixou de fazê-lo nos últimos 30 dias por desestímulo do próprio mercado, mas ainda necessita de trabalho.
A indústria de transformação cresceu 6,4% (19 mil novos empregos) e o setor de serviços aumentou 2,3%, com 29 mil postos de trabalho a mais no ano, enquanto a construção civil teve incremento de 2,9% (6 mil novos empregos). O único setor que manteve relativa estabilidade foi o de comércio e reparação de veículos (0,2% ou 1 mil vagas).
De acordo com a posição ocupacional, o crescimento do total de assalariados (1,8%) foi resultado dos acréscimos de 0,9% nas contratações no setor privado e de 5,4% no setor público. No setor privado, verificou-se o aumento de 13 mil (1,1%) entre os empregados com carteira assinada e relativa estabilidade entre os trabalhadores sem carteira (- 1 mil, ou -0,8%).
Observou-se, também, o incremento de 21 mil (5,5%) no contingente de trabalhadores autônomos e de 13 mil (9,7%) no de ocupados no agregado “demais posições”. No entanto, o número de empregados domésticos reduziu 4,2%, totalizando 6 mil postos de trabalho a menos.
Para Plínio Campos, coordenador técnico da pesquisa pela FJP, a redução dos empregos domésticos é reflexo da forte diminuição do desemprego nos últimos 10 anos e da nova dinâmica das famílias. “Observamos o incremento do número de pessoas que estão trabalhando, estudando e almoçando fora de casa. Essa rotina faz com que as famílias optem que pela contratação de diaristas, ao invés de empregados domésticos. Outro aspecto relevante é que a população em idade ativa que está entrando no mercado tem optado por outros tipos de ocupações, com melhores salários”, explicou.
Rendimentos - Em comparação com os valores de 2012, o rendimento médio real dos ocupados aumentou 11,8% e o dos assalariados, 12,4%, invertendo a tendência de decréscimo que havia sido registrada em 2011 e 2012. Em 2013, a remuneração média dos ocupados foi estimada em R$ 1.727 e a dos assalariados, R$ 1.701. No último ano, verificou-se o aumento do rendimento médio dos trabalhadores sem carteira assinada (26,8%), do setor público (17%) e dos empregadores (9,4%).
Todos os setores de atividade econômica do setor privado analisados pela PED-RMBH registraram acréscimo em seu rendimento médio. Destaque para a área de serviço, que teve crescimento de 12,1% e rendimento estimado em R$ 1.524. Na indústria de transformação e no comércio e reparação de veículos, os aumentos foram de 4,6% e 3,8%, respectivamente, e passaram a equivaler a R$1.569 e R$ 1.207.
“O incremento da renda dos trabalhadores da RMBH nos últimos anos foi bastante significativo. Desde 2003, o rendimento cresceu 44,6%. As maiores taxas foram dos grupos ocupacionais com inserção mais fragilizada, como os empregados domésticos (91,2%), assalariados sem carteira assinada (92%) e trabalhadores autônomos (65,8%)”, exemplificou Gabrielle Selani.
Dezembro/2013 - O mês de dezembro de 2013 registrou estabilidade na taxa de desemprego total da RMBH, permanecendo em 6,6% da População Economicamente Ativa (PEA). Neste período, verificou-se redução no contingente de ocupados (-10 mil ou -0,4%), acompanhada da retração do número de pessoas à procura de trabalho (-10 mil ou -0,4%), o que resultou na estabilidade do contingente de desempregados na RMBH.
A taxa de participação, que se refere à proporção de pessoas com dez anos e mais de idade inseridas no mercado de trabalho, passou de 58,9% em novembro, para 58,6%. A pesquisa apontou a diminuição no contingente de trabalhadores no comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (-4 mil ou -0,9%) e na construção (-11 mil ou -5,2%). Contudo, o setor de serviços apresentou relativa estabilidade (-1mil ou -0,1%) e a indústria de transformação teve incremento de 6 mil (1,9%).
“Os últimos meses do ano, normalmente, impactam negativamente na construção civil. O período chuvoso colaborou para a redução das obras e reformas, e, consequentemente, impactou a contratação de mão de obra. A expectativa é que o setor volte a crescer a partir de março. Já no comércio, as projeções de vendas confirmam que o período não foi tão rentável quanto o esperado para o setor. A população aproveitou parte do 13º salário para pagar taxas como IPVA, IPTU e matrícula escolar, entre outras”, afirmou Plínio Campos.
Ao analisar a posição na ocupação, observou-se crescimento de 12 mil (0,7%) no contingente de assalariados como resultado das contratações no setor privado (16 mil ou 1,2%) e da redução de 4 mil nos postos de trabalho (-1,3%) no setor público. O comportamento do setor privado está relacionado ao aumento do número de assalariados com carteira assinada (11 mil ou 0,9%) e dos sem carteira (5 mil ou 3,7%). Verificou-se também a diminuição do contingente dos autônomos (-11 mil ou -2,7%), dos empregados domésticos (-8 mil ou -5,5%) e dos classificados nas “demais posições ocupacionais” (-3 mil ou -2,0%).