“Chegou-se o dia mais triste
que o dia da morte feia;
caí do trono, Dircéia,
do trono dos braços teus,
Ah! não posso, não, não posso
dizer-te, meu bem, adeus!”
O eu-lírico se mostra agoniado com a chegada do dia em que ele mais teme, o dia em que nem a morte carnal, chamada pelo autor de morte feia, chega-se o dia em que ele perderá seu trono, seu império que era o aconchego dos braços de Marília, que ele chama nesse momento de Dircéia como se tentasse fazer um vínculo entre ele e amada. Ele reluta em dizer adeus a ela.
“Ímpio Fado, que não pôde
os doces laços quebrar-me,
por vingança quer levar-me
distante dos olhos teus.
Ah! não posso, não, não posso
dizer-te, meu bem, adeus!”
Ele acomete a essa separação um fado duro de suportar, que por ser tão severo, ele o chama de vingança, e o castigo é deixa-lo distante do olhar da amada, mas contudo nem esses são capazes de diminuir a doçura dos laços que o prendem na amada.
“Parto, enfim, e vou sem ver-te,
que neste fatal instante
há de ser o teu semblante
mui funesto aos olhos meus.
Ah! não posso, não, não posso
dizer-te, meu bem, adeus!”
Ele então decide em partir, por saber que naquele momento o semblante de Marília seria funesto ao olhar do eu lírico. Ele novamente nega a despedida dos apaixonados.
“E crês, Dircéia, que devem
ver meus olhos penduradas
tristes lágrimas salgadas
correrem dos olhos teus?
Ah! não posso, não, não posso
dizer-te, meu bem, adeus!”
Ele fz uma junção das lágrimas que estão entre seus olhos e que também são as mesmas que caiem nos olhos de Dircéia, note que ele faz novamente a junção de seu nome na amada.
De teus olhos engraçados,
que puderam, piedosos,
de tristes em venturosos
converter os dias meus?
Ah! não posso, não, não posso
dizer-te, meu bem, adeus!
Ele caracteriza os olhos da amada, que puderam transformar os dias do meu-lírico, e a pergunta se eles poderiam ter novamente esse poder.
Desses teus olhos divinos,
que, terno e sossegados,
enchem de flores os prados
enchem de luzes os céus?
Ah! não posso, não, não posso
dizer-te, meu bem, adeus!
Ele enche de elogios, e explicita a capacidade dos olhos divinos da amada mudarem o dia, os sentimentos.
Destes teus olhos, enfim,
que domam tigres valentes,
que nem rígidas serpentes
resistem aos tiros seus?
Ah! não posso, não, não posso
dizer-te, meu bem, adeus!
Os mesmos olhos piedosos e doces, são capazes de domar tigres e serpentes, ele mostra a força que o olhar de Dircéia apresenta e o quão poderoso ele é.
Da maneira que seriam
em não ver-te criminosos,
enquanto foram ditosos,
agora seriam réus.
Ah! não posso, não, não posso
dizer-te, meu bem, adeus!
Parto, enfim, Dircéia bela,
rasgando os ares cinzentos;
virão nas asas dos ventos
buscar-te os suspiros meus.
Ah! não posso, não, não posso
dizer-te, meu bem, adeus!
Ele mas uma vez decide partir, e no momento em que ele falar em rasgar os ares cinzentos, me vem a ideia de que ele queria romper os sentimentos que traziam sofrimento, e que o vento fosse o mensageiro de amor dos dois.
Mas se ditosos chegarem,
pois os solto a teu respeito,
dá-lhes abrigo no peito,
junta-os cos suspiros teus.
Ah! não posso, não, não posso
dizer-te, meu bem, adeus!
E quando tornar a ver-te,
ajuntando rosto a rosto,
entre os que dermos de gosto,
restitui-me então os meus.
Ah! não posso, não, não posso
dizer-te, meu bem, adeus!
Ele pede para que ela guarde no peito notícias suas, e ele como se acreditasse na união dois em breve, tem esperança de que eles reconstituiriam o que foi. E então ele nega pela ultima vez dizer adeus a amada.
Amanda de Souza Silva turma 107