Wiki Mouse
Advertisement

“Chegou-se o dia mais triste


que o dia da morte feia;


caí do trono, Dircéia,


do trono dos braços teus,


Ah! não posso, não, não posso


dizer-te, meu bem, adeus!”


O eu-lírico se mostra agoniado com a chegada do dia em que ele mais teme, o dia em que nem a morte carnal, chamada pelo autor de morte feia, chega-se o dia em que ele perderá seu trono, seu império que era o aconchego dos braços de Marília, que ele chama nesse momento de Dircéia como se tentasse fazer um vínculo entre ele e amada. Ele reluta em dizer adeus a ela.


“Ímpio Fado, que não pôde


os doces laços quebrar-me,


por vingança quer levar-me


distante dos olhos teus.


Ah! não posso, não, não posso


dizer-te, meu bem, adeus!”




Ele acomete a essa separação um fado duro de suportar, que por ser tão severo, ele o chama de vingança, e o castigo é deixa-lo distante do olhar da amada, mas contudo nem esses são capazes de diminuir a doçura dos laços que o prendem na amada.




“Parto, enfim, e vou sem ver-te,


que neste fatal instante


há de ser o teu semblante


mui funesto aos olhos meus.


Ah! não posso, não, não posso


dizer-te, meu bem, adeus!”




Ele então decide em partir, por saber que naquele momento o semblante de Marília seria funesto ao olhar do eu lírico. Ele novamente nega a despedida dos apaixonados.




“E crês, Dircéia, que devem


ver meus olhos penduradas


tristes lágrimas salgadas


correrem dos olhos teus?


Ah! não posso, não, não posso


dizer-te, meu bem, adeus!”




Ele fz uma junção das lágrimas que estão entre seus olhos e que também são as mesmas que caiem nos olhos de Dircéia, note que ele faz novamente a junção de seu nome na amada.




De teus olhos engraçados,


que puderam, piedosos,


de tristes em venturosos


converter os dias meus?


Ah! não posso, não, não posso


dizer-te, meu bem, adeus!




Ele caracteriza os olhos da amada, que puderam transformar os dias do meu-lírico, e a pergunta se eles poderiam ter novamente esse poder.




Desses teus olhos divinos,


que, terno e sossegados,


enchem de flores os prados


enchem de luzes os céus?


Ah! não posso, não, não posso


dizer-te, meu bem, adeus!




Ele enche de elogios, e explicita a capacidade dos olhos divinos da amada mudarem o dia, os sentimentos.




Destes teus olhos, enfim,


que domam tigres valentes,


que nem rígidas serpentes


resistem aos tiros seus?


Ah! não posso, não, não posso


dizer-te, meu bem, adeus!




Os mesmos olhos piedosos e doces, são capazes de domar tigres e serpentes, ele mostra a força que o olhar de Dircéia apresenta e o quão poderoso ele é.




Da maneira que seriam


em não ver-te criminosos,


enquanto foram ditosos,


agora seriam réus.


Ah! não posso, não, não posso


dizer-te, meu bem, adeus!




Parto, enfim, Dircéia bela,


rasgando os ares cinzentos;


virão nas asas dos ventos


buscar-te os suspiros meus.


Ah! não posso, não, não posso


dizer-te, meu bem, adeus!




Ele mas uma vez decide partir, e no momento em que ele falar em rasgar os ares cinzentos, me vem a ideia de que ele queria romper os sentimentos que traziam sofrimento, e que o vento fosse o mensageiro de amor dos dois.




Mas se ditosos chegarem,


pois os solto a teu respeito,


dá-lhes abrigo no peito,


junta-os cos suspiros teus.


Ah! não posso, não, não posso


dizer-te, meu bem, adeus!




E quando tornar a ver-te,


ajuntando rosto a rosto,


entre os que dermos de gosto,


restitui-me então os meus.


Ah! não posso, não, não posso


dizer-te, meu bem, adeus!




Ele pede para que ela guarde no peito notícias suas, e ele como se acreditasse na união dois em breve, tem esperança de que eles reconstituiriam o que foi. E então ele nega pela ultima vez dizer adeus a amada.



Amanda de Souza Silva turma 107

Advertisement